Em um momento histórico marcado pela velocidade das informações e pela circulação massiva de conteúdos nas redes, compreender o papel ético da mídia se tornou indispensável. Diversos princípios constitucionais, profissionais e filosóficos ajudam a orientar o trabalho jornalístico e publicitário no Brasil, destacando a importância da verdade, da responsabilidade e do compromisso social.
A Carta Magna brasileira assegura a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, estabelece limites éticos na comunicação de massa. Um exemplo clássico é o controle legal sobre anúncios de produtos como cigarro, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias. Por se tratarem de itens que afetam diretamente a saúde da população, suas campanhas publicitárias devem seguir normas restritas e apresentar alertas claros sobre riscos e efeitos adversos.
Esse equilíbrio entre liberdade informativa e proteção coletiva é um dos pilares do sistema comunicacional brasileiro.
No campo jornalístico, o conceito de inside information — ou informação confidencial — refere-se a dados sigilosos obtidos antes de se tornarem públicos. Utilizar esse tipo de conteúdo para benefício pessoal é uma violação ética grave. Entretanto, quando essa informação é usada para produzir reportagens relevantes ao interesse público, sua divulgação se torna legítima. O que importa, acima de tudo, é a intenção e a finalidade social do uso dessa informação.
Muitos teóricos afirmam que vivenciamos uma “experiência ética fundamental” quando percebemos comportamentos que ferem valores básicos da convivência humana — como respeito, honestidade, justiça e dignidade. Trata-se de um alerta moral que nos lembra a importância de preservar princípios essenciais à vida em sociedade.
No universo escolar, o educador não atua apenas como transmissor de conhecimento. Ele é também guardião dos valores morais do grupo social em que está inserido. A competência ética do professor inclui respeito à diversidade, sensibilidade cultural, responsabilidade social e capacidade de conduzir relações humanas de forma equilibrada e consciente.
Educar, portanto, é também formar caráter.
O Código de Ética do Profissional de Propaganda destaca a necessidade de o publicitário utilizar sua habilidade persuasiva apenas para promover produtos, serviços e ideias que contribuam positivamente para a sociedade. Aqui, entra em cena a dimensão ética da publicidade, lembrando que técnicas de convencimento devem estar alinhadas ao bem comum.
A maneira como cada profissional enxerga seu papel na sociedade — sua visão ética pessoal — influencia diretamente a elaboração das notícias. Mesmo buscando objetividade, uma reportagem carrega sempre a marca da ação individual de quem a produz: escolhas de pauta, seleção de fontes, abordagem do tema e linguagem adotada são atravessadas pela trajetória e responsabilidade do jornalista.
Quando um comunicador usa sua plataforma para atacar ou inferiorizar grupos étnicos, como ocorreu em um caso conhecido envolvendo a divulgação de mensagens discriminatórias contra povos indígenas, a lei brasileira identifica esse ato como crime de racismo. O discurso de ódio não está protegido pela liberdade de expressão e deve ser combatido de forma rigorosa.
Em sua análise sobre ética no marketing, Gene Laczniak afirma que o profissional deve agir como se suas atitudes pudessem transformar-se em regras universais de conduta. Essa ideia remete diretamente ao imperativo categórico de Kant, princípio filosófico que defende decisões morais baseadas em universalidade, coerência e responsabilidade.
Estudos sobre comunicação indicam três caminhos fundamentais para melhorar a prática jornalística: liberdade de imprensa, regulamentação equilibrada e criação de espaços de diálogo entre mídia e sociedade. Nesse sentido, mecanismos como ombudsman, conselhos de imprensa, colunas de correção de erros e seções de interação com o público ajudam a fortalecer a confiança e ampliar a transparência, ao contrário de medidas de censura, que violam direitos e enfraquecem a democracia.
Em tempos de desinformação, é fundamental reforçar o conceito de notícia: um texto informativo baseado em fatos reais, recentes e verificáveis, apresentado de maneira objetiva e estruturada. As fake news imitam a aparência de uma notícia, mas não seu compromisso com a verdade. Por isso, não podem ser consideradas jornalismo, mas sim distorções que buscam manipular e confundir.
A ética é o eixo que sustenta todas as atividades de comunicação — do jornalismo à publicidade, da educação ao marketing. Em uma era na qual qualquer pessoa pode produzir conteúdo, compreender princípios éticos e saber diferenciar verdade de manipulação é uma ferramenta de sobrevivência social.
A informação de qualidade não é apenas um direito: é um compromisso coletivo com a democracia, a dignidade humana e o desenvolvimento de uma sociedade mais justa.
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