Há artistas que atravessam décadas com a mesma delicadeza com que interpretam uma canção. Marcos Sabino é um deles. Natural de Niterói, o cantor, compositor e gestor cultural construiu uma trajetória que começou iluminada nos anos 1980 e segue viva, renovada e surpreendentemente atual. Sua música — suave, afinada, doce e inconfundível — permanece como trilha afetiva de gerações.Seu nome se eternizou quando, em 1982, o Brasil descobriu Reluz. A canção, que se tornaria um clássico imediato, ecoou nas rádios, nas novelas, nos programas de TV e nos corações de quem se reconhecia naquele convite à luminosidade da vida. Era pop, era romântica, era sofisticada. Era — e ainda é — atemporal. A voz de Sabino, sempre limpa e suave, parecia deslizar entre versos como quem desenha luz no ar.
A partir dali, a década de 80 o consagrou. Vieram Iluminar, Simples Situation, presenças marcantes em trilhas de novelas da TV Globo e uma série de shows que fixaram seu estilo: um canto que não compete, não grita, não disputa espaço — convida, envolve e permanece. Não à toa, sua obra seguiu sendo referência mesmo quando a música brasileira passou por intensas transformações.
Durante os anos 1990 e 2000, Sabino somou à carreira de cantor e compositor uma faceta igualmente relevante: a de produtor e articulador cultural. De Niterói para o Brasil, e do Brasil para o mundo, esteve presente em projetos musicais, composições gravadas por outros artistas e, mais tarde, na presidência da Fundação de Arte de Niterói (FAN) — onde sua sensibilidade artística encontrou lugar para transformar políticas culturais em ações concretas.
Mas como todo artista verdadeiramente essencial, Sabino não se contentou com o brilho do passado. Ele seguiu criando. Seguiu dizendo. Seguiu cantando.
E assim chegamos a Dia Simples, uma de suas músicas mais recentes — uma joia que confirma: o tempo não
envelhece quem possui verdade na voz. Nesse novo trabalho, o traço que encantou o país em Reluz reaparece intacto: o vocal doce, lírico, afinado, carregado de paz e presença. É como reencontrar um amigo depois de décadas e perceber que ele continua sendo o mesmo, só mais sábio.
Dia Simples não conversa apenas com uma geração que viveu a explosão de Reluz; conversa com o mundo de hoje, tão saturado, tão urgente, tão carente de delicadeza. A faixa traz o olhar simples e profundo de Sabino — aquele que observa o cotidiano e transforma detalhes em poesia cantada. É um hino às pequenas coisas, às pausas, ao essencial.
Assim, quando se olha para a trajetória de Marcos Sabino — do jovem que surgiu iluminando o país com Reluz, ao artista maduro que abraça a simplicidade do hoje — percebe-se que não se trata apenas de música. O que ele construiu é continuidade, coerência e beleza. É presença. É permanência.
Há cantores que brilham. E há cantores que reluzem — em qualquer tempo, em qualquer era, em qualquer geração.
Marcos Sabino é um deles. E continua sendo. Sempre.
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